terça-feira, 18 de novembro de 2008

PRINCIPAIS TECNOLOGIAS SOCIAIS SUSTENTÁVEIS DESENVOLVIDAS NA ÁREA EXPERIMENTAL DO CEPFS

Bomba d´água aro trampolim

É uma inovação feita a partir da bomba d´água bola de gude usada nas cisternas do Programa de Mobilização e Formação para convivência com o Semi-árido 1 Milhão de cisternas rurais desenvolvido pela ASA Brasil. A bomba d´água aro trampolim foi testada em uma profundidade de até 6 metros e funcionou perfeitamente. Portanto pode ser usada, inclusive, para poços amazonas. Tem um custo em torno de R$ 340,00 (trezentos e quarenta reais), portanto, bem maior que a bomba bola de gude, que fica em torno de R$ 65,00 (Sessenta e cinco reais) entretanto, avalia-se que sua durabilidade compensa a diferença de custo. A bomba d´água aro trampolim facilita a retirada de água das cisternas, por parte das famílias, contribuindo, assim, para um bom manejo da água captada da chuva.

Reciclagem de água servida, uma estratégia para otimização do uso da água no semi-árido

Uma experiência implantada no ano de 2007, na área experimental, está voltada para o reuso da água servida, ou seja, permitir um segundo uso da água que é usada para tomar banho, para lavar as mãos, para lavar a louça, etc.

No monitoramento do sistema de reciclagem de água implantado na área experimental do CEPFS, foram auferidos dados durante 43 dias, nos meses de setembro e outubro 2007. Também se calculou a quantidade de descargas pelos banheiros da casa e a quantidade de água disponível no tanque de distribuição. Com a manipulação destes dados foi possível constatar que se pode reciclar numa casa, com um número médio de 06 pessoas, 166 litros de água por dia. Tomando em conta que um sistema de gotejamento de uma gota por segundo usa 4 litros de água por dia, se pode regar mais que 40 árvores por dia, com água reciclada, promovendo assim a otimização do uso da água como estratégia importantíssima para a região semi-árida.


Cisterna com sistema de bóia para lavagem do telhado


A experiência consta de uma pequena caixa, ao lado da cisterna, construída com a capacidade de armazenamento de água, de acordo com a necessidade de água para lavagem do telhado. A necessidade de água para lavagem de um telhado é de dois litros por M2. A caixa pequena é totalmente fechada e tem um suspiro em cima para ir saindo o ar na medida em que for enchendo. Na parte de baixo tem um registro de passagem para possibilitar, após cada chuva, ser dada a descarga da água armazenada. No entroncamento da bica é colocado um T, na decida, de modo que uma parte do T seja direcionada para a pequena caixa e a outra para a cisterna. Na parte do T que desce para a caixa pequena é colocada uma garrafa PET de dois litros, cortada numa certa altura. No cano que desce para a pequena caixa é colocada uma garrafa PET, de um litro, fechada. Na parte de baixo do cano há um joelho que dá direção ao cano que vai para a pequena caixa, de modo que a garrafa PET de um litro fica no pé do cano, na parte do joelho. Quando a caixa pequena enche, com a água resultante da lavagem do telhado a garra PET de um litro sobe e, encontrando-se com a parte da garrafa de dois litros veda a direção do T para a pequena caixa, permitindo, que a água, totalmente limpa, a partir de então tome a direção da cisterna. A água da pequena caixa deve, após toda e qualquer chuva, ser feita a descarga para que a garra de um litro volte para o seu lugar e o sistema possa funcionar bem na próxima chuva. A água da descarga pode servir para regar plantas, para colocar na descarga dos banheiros, etc. Já a água da cisterna vai ter outra qualidade, do ponto de vista de potabilidade, pois, todas as primeiras águas de todas as chuvas serão destinadas à lavagem do telhado. Com este sistema a família pode manejar bem a captação e armazenamento de água de chuva, conseguindo qualidade para a água de beber e, ao mesmo tempo, não desperdiçando a água que lava o telhado, podendo armazená-la com o objetivo de usar em outras necessidades que não requer água de primeira qualidade. Entende-se que inovações dessa natureza podem ser fundamentais, sobretudo, na atual conjuntura onde o meio ambiente começa a exigir um novo comportamento em relação ao uso sustentável dos recursos naturais. Nesse novo cenário, as famílias rurais precisam de ferramentas, apropriadas, que permitam a otimização do uso dos recursos naturais, tirando deles o máximo para o atendimento de suas necessidades, de forma sustentável.

Barramento de água de chuva em estrada e armazenamento em cisterna de placa

A experiência consiste em aproveitar a parte lateral das estradas, sobretudo, em locais com declínio e valas, colocar manilhas canalizando para uma caixa com brita para promover um processo inicial de decantação das sujeiras trazidas pela água, canalizando em seguida para uma caixa média, objetivando um segundo processo de decantação e, em seguida, para uma cisterna onde será armazenada a água. A água barrada e armazenada tem como objetivo, no período crítico de falta de chuva, quando a cultura começa a apresentar sinais de intolerância à falta de água, promover a irrigação de salvação, permitindo à cultura explorada condições para aguardar a próxima chuva. Dependendo da cultura, a irrigação poderá ser feita por aspersor ou por gotejamento, aproveitando garrafas de polietileno.

CAPTAÇÃO DE ÁGUA DE CHUVA EM LAJEDO DE PEDRA E ARMAZENAMENTO EM CISTERNA DE PLACA - UMA ALTERNATIVA PARA EVITAR A EVAPORAÇÃO

A experiência propõe que, ao invés de provocar uma fenda na pedra, escavando assim um tanque, seja feito um estudo da pedra ou lajedo no sentido de otimizar a área em termos de captação de água da chuva e canalizá-la para o armazenamento em cisternas, processo esse que irá diminuir significativamente o volume de evaporação, haja visto que a água não ficará exposta ao vento e à insolação. A água captada na pedra e armazenada nas cisternas, após um processo de tratamento, assume a condição de água potável, de excelente qualidade para o consumo humano. Também pode ser usada para outros gastos domésticos, para o consumo animal ou para irrigações de salvação.




O CEPFS implanta mais uma tecnologias social, sustentável, em sua área experimental



Está em fase de instalação, na área experimental do CEPFS, na comunidade Riacho das Moças, no município de Maturéia, Estado da Paraíba, mais uma tecnologia social sustentável. Trata-se de um biodigestor para produção de gás, a partir do esterco de animais. Com o biodigestor é possível extrair o gás das fezes dos animais e, os dejetos sólidos poderão ser usados como adubo orgânico e a parte da água como Biofertilizante. A iniciativa está sendo implantada através do projeto: "Difusão de tecnologias sociais sustentáveis para a segurança hídrica no semi-árido", projeto este que conta com o apoio da BrazilFoundation.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

O CEPFS conquista mais um prêmio, desta vez conseguiu o primeiro lugar na categoria Humanidade do von Maritus de Sustentabilidade


Crédito: Luiz Machado/Câmara Brasil-Alemanha.


2.11.2008 - Câmara Brasil-Alemanha anuncia vencedores do Prêmio von Martius de Sustentabilidade

Dividido em três categorias - Humanidade, Tecnologia e Natureza, o Prêmio von Martius de Sustentabilidade contou, em 2008, com a participação de 184 projetos de todo o Brasil.

Foram 12 projetos escolhidos para receber o Prêmio em cerimônia oficial no dia 11 de novembro, no clube Concórdia, em Curitiba (PR). Três trabalhos foram selecionados em cada categoria, além de outros três que receberam menções honrosas. Os Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Ceará e Paraíba são os que apresentam ganhadores este ano. Os vencedores:

CATEGORIA HUMANIDADE

Organização: Centro de Educação Popular e Formação Social (CEPFS) Projeto: Conjunto de dois projetos inscritos: "Convivência com a Realidade Semi-Árida - Plantando Sementes de Solidariedade e Cidadania" e "Bancos de Sementes Comunitários - Resgatando práticas de Solidariedade e Cidadania"Local: Teixeira-PB

Classificação: 1º lugar

Organização: Universidade de Taubaté (Unitau)Projeto: "O Homem e o rio: educação ambiental para sustentabilidade do rio Paraíba do Sul"

Local: Taubaté-SP

Classificação: 2º lugar

Organização: BBJ Associados Projeto: "Talentos do Brasil"Local: Rio de Janeiro-RJ Classificação: 3º lugar

Organização: Fundação Orsa Projeto: Atuação da Fundação Orsa do Vale do Jarí Local: Barueri-SP

Classificação: Menção honrosa

Organização: Philips Projeto: Doe Vida Local: São Paulo-SP

Classificação: Menção honrosa

CATEGORIA NATUREZA

Organização: Fundação O Boticário de Proteção à NaturezaProjeto: "Projeto Oásis"Local: Curitiba-PR

Classificação: 1°lugar

Organização: Companhia Energética do Ceará (Coelce) Projeto: "Programa Ecoelce de troca de resíduos por bônus de energia"Local: Fortaleza-CE

Classificação: 2° lugar

Organização: Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Paraná (Sema)Projeto: "Educação ambiental para a família rural"Local: Curitiba-PR Classificação: 3° lugar

Organização: Banco Bradesco Projeto: Fundação Amazonas Sustentável: um Projeto Win-Win de Desenvolvimento Sustentável Local: São Paulo-SP

Classificação: Menção honrosa


CATEGORIA TECNOLOGIA

Organização: Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) Projeto: "Aproveitamento energético de fontes renováveis em estação de tratamento de esgoto - um projeto de sustentabilidade"Local: Curitiba-PR

Classificação: 1º lugar

Organização: Fundação Mussambê Projeto: "Reaplicação de tecnologia social para o aproveitamento total do coco babaçu: configurando novas relações de trabalho na cadeia produtiva no médio Mearim Maranhense"Local: Juazeiro do Norte-CE

Classificação: 2º lugar

Organização: Mercedes-Benz do Brasil Projeto: "Uma abordagem competitiva na solução ambiental - Programa de Produção Mais Limpa"Local: São Paulo-SP Classificação: 3º lugar

O Centro de Educação Popular e Formação Social - CEPFS realiza cursos sobre tecnologias sociais sustentáveis para a segurança hídrica no semi-árido










O Centro de Educação Popular e Formação Social – CEPFS, nos períodos: 8 a 9 e 15 a 16 de novembro realizou 02 cursos sobre tecnologias sociais sustentáveis para a segurança hídrica no semi-árido, em sua área experimental na comunidade Riacho das Moças, município de Maturéia, estado da Paraíba. Os ventos contaram com o apoio da BrazilFoundation e parceria com a Central das Associações Comunitárias do Município de Cacimbas – CAMEC, através do Programa de Mobilização e Formação para Convivência com o Semi-Árido 1 Milhão de Cisternas Rurais. O primeiro evento, realizado nos dias 8 e 9 de novembro contou com a participação de representantes de 12 municípios da Serra do Teixeira (Desterro, Juru, Cacimbas , Princesa Isabel, Imaculada, Teixeira, Manaira, Livramento, Água Branca, Maturéia, Tavares e Taperoá), somando um total de 61 participantes sendo 44 homens e 17 mulheres. Os referidos eventos constaram de uma programação intensa com exposições, trabalho em grupos sobre temáticas voltas para a convivência com a realidade semi-árida, sustentabilidade, fundos rotativos solidários, etc., e, visitas diretas as tecnologias sociais existentes na área experimental, através de uma dinâmica de carrossel, ou seja, o público foi dividido em grupos para visitarem, em forma de rodízio, 04 das experiência existentes na área, cuja eficiência já foi comprovada no tocante a captação e manejo de água de chuva. O segundo evento, realizado nos dias 15 e 16 de novembro contou com participantes de 09 Municípios (Teixeira, Manaira, Tavares, Água Branca, Princesa Isabel, Juru, Cacimbas, Maturéia e Desterro), somando um total de 39 participantes, sendo 29 homens e 10 mulheres. A troca de informações e experiência foi um marco forte nos dois eventos. Dialogando entre si sobre o conteúdo apresentado e as experiências visitadas, o nível de satisfação dos participantes pôde ser registrado através da participação efetiva do público, até os últimos momentos de cada curso. Com essa dinâmica as lideranças comunitárias, assim como integrantes da agricultura familiar vão se descobrindo como atores sociais, fundamentais para incidir em mudanças na realidade onde estão inseridos, a partir dos potenciais existentes em suas próprias propriedades. Em termos de resultados para o processo de difusão, pode se registrar um grande interesse dos participantes por todas as tecnologias sociais visitadas, com destaque para o sistema de reciclagem de água servida, bomba d´água aro trampolim, captação de água em lajedo de pedra e armazenamento em cisternas, barramento de água de estrada e armazenamento em cisternas e, a cisterna com sistema de bóia para lavagem do telhado.

O Centro de Educação Popular e Formação Social – CEPFS, conquista mais um prêmio de reconhecimento do trabalho que vem desenvolvendo

crédito: Idovino Merlo

30/10/08

Trabalho realizado no semi-árido da Paraíba é vencedor do Prêmio Fiema

Um economista de Teixeira, município distante cerca de 300 quilômetros de João Pessoa, na Paraíba, é o grande vencedor do Prêmio Fiema. O nome de José Dias Campos, concorrente na categoria Tecnologia Ambiental, foi revelado na cerimônia de entrega da distinção, na tarde da quinta-feira (30 de outubro). O trabalho vencedor foi desenvolvido no Centro de Educação Popular e Formação Social (CEPFS) e tem como título Convivência com a realidade semi-árida, promovendo acesso à água, solidariedade e cidadania.

Além da iniciativa grande vencedora de José Dias Campos, outros nove trabalhos foram premiados, quatro mais na categoria Tecnologia Ambiental e outros cinco, na Educacional. O Prêmio Fiema foi criado com o objetivo de reconhecer as melhores iniciativas visando a minimização dos impactos ambientais e a promoção da sustentabilidade.

A cidade de Teixeira fica em uma zona rural no semi-árido da Paraíba. Na década de 70, ainda garoto, Campos sofreu com as conseqüências da seca. Marcado por isso, em 1994, após uma estiagem séria na região e sem espaço na sua área de formação para trabalhar, o economista ajudou na formação do centro. Ao ser anunciado como vencedor, o paraibano se emocionou. "Não sei como saímos de uma situação de fome chegamos até aqui, mas sei que tudo isso é algo grandioso", disse.

A organização tem o objetivo de mostrar aos agricultores que a atividade pode ser sustentável. "No começo a questão ambiental não era tão forte. As pessoas tinham idéia que meio ambiente era só floresta, paisagem".

O CEPFS tem um forte trabalho direcionado a ensinar aos agricultores a respeito da captação da água da chuva e como usá-la de forma eficiente quando ela não ocorre. "Não podemos acabar com a seca, mas podemos aprender a conviver com ela", lembra Campos. A assessoria também visa a revelar outras formas que a água pode levar à qualidade de vida.

"Colocaram na cabeça dos agricultores que só quem tinha conhecimento adquirido na faculdade é que é bom. Tentamos mudar isso e fazer com que eles percebam que seus conhecimentos e idéias podem ser revertidos para o social, em sustentabilidade", argumenta o vencedor do Prêmio Fiema. E prossegue: "Pobreza existe por falta de recursos, mas há formas simples de levantar fundos, promover o desenvolvimento sustentável. É preciso ensinar as pessoas que elas podem obter e gerir seus recursos. Isso é crescimento, desenvolvimento."

Assessoria de Imprensa Fiema Brasil 2008


Marisa Pereira - MTB 7619

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