sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Agricultores e agricultoras trocam saberes sobre produção de Alimentos Saudáveis durante capacitações em GAPA e SISMA



O Programa Uma Terra Duas Águas (P1+2), a partir do Termo Aditivo 02/2013, financiado pelo Ministério do Desenvolvimento Social – MDS aborda em seus componentes educativos a Produção de Alimentos Saudáveis e a utilização ferramentas de avaliação socioeconômica e ecológica do Agroecossistema familiar.

Foi com essas abordagens que o Centro de Educação Popular e Formação Social – CEPFS, realizou nos dias 25, 26 e 27 de novembro uma capacitação em Gestão de Água para a Produção de Alimentos - GAPA, destinada a famílias camponesas que conquistaram tecnologias sociais de captação e armazenamento de água para produção de alimentos. 

Nos dias 09, 10 e 11 de dezembro, foi realizada a segunda etapa do processo de mobilização e formação dos agricultores e agricultoras, a Capacitação de Sistema Simplificado em Manejo da Água para Produção – SISMA. A formação aconteceu na área experimental do CEPFS, no sítio Riacho das Moças, em Matureia.

As capacitações foram facilitadas pelo técnico em agropecuária Jakson Cipriano, com a colaboração do agente educador Erivan dos Santos, que também é técnico na área. Eles passaram orientações sobre o uso adequado dos recursos hídricos que cada família passará a dispor a partir da construção das tecnologias sociais. Além promoverem debates e reflexões sobre o manejo do solo e preservação do meio ambiente.
Durante o SISMA, foram convidadas agricultoras que já haviam conquistado tecnologias sociais de captação e armazenamento de água. Elas relataram suas experiências de vida e motivaram os participantes. A agricultora Márcia Rodrigues, da comunidade Coronel, município de Teixeira, trouxe um depoimento inspirador. “Antes do projeto da cisterna eu morava em uma casa com cobertura de Sisal, eu sofria de uma grande depressão, tinha dias que eu não tinha forças para levantar nem conseguia ficar sozinha nenhum instante. Me convidaram para participar de uma reunião de mobilização e perguntam se eu queria a visita, eu quis, recebi os animadores em casa e aceitei a batalha para construção da cisterna. No início não tinha dinheiro nem para comprar uma xícara de coentro, eu ganhei e a partir daí comecei a produzir. Me curei da depressão e já produzi muito, melhorei minha casa e quero continuar produzindo”, relatou. 
Os agricultores e agricultoras trocaram saberes sobre como manter o quintal produtivo, com medidas alternativas, convivendo com a realidade semiárida. Nas capacitações, eles realizaram visitas a experiências de criação animal e produção de hortaliças, e conheceram tecnologias como o Sistema de Boia para Lavagem do telhado, o Sistema de reuso de água, o Banheiro Seco e o Biodigestor, desenvolvidas na área experimental do CEPFS.

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Feira de Saberes, Sementes e Sabores dissemina conhecimentos junto a agricultores e agricultoras do Sertão do Pajeú


Alunos da Escola Municipal Manoel Francisco dos Santos apresentando Olodum.
Foto: Alzê Fotografia, em Novembro/2015.
       
        Aconteceu no último dia 22 de novembro a 1ª feira de Saberes, Sementes e Sabores na comunidade de Vila de Fátima, município de Brejinho, Pernambuco. O evento teve como objetivo principal a apresentação dos resultados alcançados no âmbito do projeto "Pluriatividade: alternativa para conservação dos recursos naturais de minifúndios do Semiárido", apoiado pelo Programa Semear e executado por Valcilene Rodrigues, Diana Carolina Gomez, Aucilene Rodrigues, lideranças comunitárias e seis jovens das comunidades locais (Josiele Araújo, Daniela de Araújo, Aldi Neves, Vitor Matheus dos Santos, Carlos Wesley Silva e Natália de Oliveira).  A Feira contou com a parceira do PRODEMA/UFPE e do Núcleo de Agroecologia da Geografia/UFPE.
            Participaram do evento, aproximadamente, 300 agricultores e agricultoras de Vila de Fátima e região. A Feira de saberes, sementes e sabores foi pensada como uma forma de evidenciar a pluriatividade existente nas comunidades e proporcionar um momento para agricultores e agricultoras trocarem sementes nativas (crioulas) e disseminar seus saberes. A ideia foi bem acolhida pela Prefeitura Municipal de Brejinho, que disponibilizou toda estrutura física para realização do evento.
            A pluriatividade foi evidenciada na 1ª feira a partir do comércio de confecções, perfumes, bijuterias, produtos de limpeza artesanal, artesanatos (pintura, bordado, barro, crochê, tapetes, bolsas), produtos agrícolas beneficiados (polpa de frutas, massa de mandioca [puba], doces, queijo coalho, pamonha e canjica), mel, salgadinhos, tapioca, caldo de cana e churrasquinho.

Mulheres de Vila de Fátima e Lagoa dos Campos vendendo  artesanato e comidas típicas na 1ª feira de Saberes, Sementes e Sabores. Foto: Alzê Fotografia, em Novembro/2015.

Vale destacar que além da apresentação dos resultados do projeto pela equipe técnica e da troca de experiência promovida de agricultor(a) para agricultor(a), houve a disseminação de conhecimento através da exposição de banners, painel com fotos com todas as atividades executadas no âmbito do projeto e exposição de  equipamentos de produção de forragem com amostras de feno e cartazes explicativos. A Feira contou ainda com sementes de milho grande, milho ligeiro, feijão galanjão, feijão ligeiro, feijão ovo de rolinha, feijão bico de ouro, feijão carioca, feijão corujinha, fava branca pequena, fava feijão, sementes de coentro, sementes de gergelim, sementes de leucena e nim para serem trocadas entre agricultores.
As apresentações culturais ficaram por conta dos grupos de estudantes: Nega Maluca, Olodum e Carimbó da Escola Manoel Francisco dos Santos, do Grupo de Capoeira Nego Fujão e da Equipe de Jiu Jitsu Família Caverna.



Valcilene Rodrigues