segunda-feira, 26 de março de 2012

ENTIDADES DE APOIO E COMUNIDADES RURAIS COMEMORAM O DIA MUNDIAL DA ÁGUA NO MUNICÍPIO DE CACIMBAS NA PARAÍBA





CAMEC - Central das Associações Comunitárias do Município de Cacimbas e Região, em parceria com o Centro de Educação Popular e Formação Social - CEPFS, Ação Social Diocesana de Patos e CÁRITAS Brasileira realizou no último dia 25, na comunidade Monteiro, município de Cacimbas - PB, um debate com o tema: Água e Saúde Pública. Para motivar o debate foi feito um pequeno estudo de caso, na comunidade Serra Feia do município de Cacimbas, sobre a realidade hídrica, através da coleta de depoimentos e imagens cuidados com os caminho da água, formas de gerenciamento dos recursos naturais , etc. A partir do debate foi sistematizado um documento, publicado abaixo, contendo vários compromissos de ações a serem assumidos pelas organizações de apoio, famílias, comunidades e autoridades públicas presentes, visando diminuir as fragilidades nas comunidades rurais do município em relação ao acesso a água como um direito de todos.


TERMO DE COMPROMISSO

O Dia Mundial da Água foi criado pela Organização das Nações Unidas - ONU no dia 22 de março de 1992. Neste dia, de cada ano, é destinada a discussão sobre os diversos temas relacionados a este imprescindível bem natural.

Mas porque nos preocuparmos com a água se sabemos que dois terços do nosso Planeta é formado por este precioso líquido? A razão é que pouca quantidade, menos de 1%, do total da água existente em nosso planeta é potável (própria para o consumo). E sabemos ainda que grande parte das fontes desta água (rios, lagos, açudes, represas, etc) esta sendo contaminada, poluída, degradada e mal utilizada. Assim sendo, o Dia Mundial da Água, se traduz num momento de reflexão, análise, conscientização e elaboração de medidas práticas, de ações sócio-educativas e políticas que objetive a resolução de tais problemas.

Precisamos não só neste dia, mas também nos outros 364 dias do ano, tomar atitudes que colaborem para a preservação, economia e qualidade deste bem natural, enquanto fator primordial para a nossa saúde e conseqüentemente para a vida em nosso planeta. Sua proteção constitui uma necessidade vital, assim como uma obrigação moral do homem para com as gerações presentes e futuras.

Nesse sentido, a Central das Associações Comunitárias do Município de Cacimbas e Região – CAMEC, o Centro de Educação Popular e Formação Social – CEPFS, a Ação Social Diocesana e a Cáritas Brasileira – Regional NE II promoveu um Debate com gestores públicos, Lideranças Comunitárias e famílias de agricultores/as, beneficiárias dos programas sociais do município de Cacimbas, com o objetivo de acordar compromissos e ações continuadas que possam contribuir na solução das fragilidades entre o acesso e uso da água e a saúde das famílias de agricultores/as do município de Cacimbas a partir da amostragem da realidade da comunidade Serra Feia, por meio de um estudo de caso.

Isto posto, relacionam-se a seguir as propostas e os compromissos firmados e acordados, pelos diversos seguimentos e instituições presentes, com o objetivo de que os mesmos se tornem instrumentos pedagógicos e orientadores de políticas que evidenciem uma ação qualificada e sistemática sobre preservação, acesso e uso da água, elevando assim as condições básicas e necessárias para a melhoria da saúde das famílias de agricultores/as do município de Cacimbas.

PROPOSTAS / COMPROMISSOS

· Promover ações / campanhas educativas, junto as famílias, no sentido de preservar o curso normal das águas através da coleta de lixos e resíduos;

· Ser co-responsáveis, respeitando os limites de cada um, pelas ações e atitudes em relação ao acesso e uso da água, junto as famílias e comunidades do município de Cacimbas;

· Inserir / motivar a discussão e debates na rede pública de ensino sobre o manejo adequado da água e dos seus reservatórios;

· Estabelecer parcerias sociedade civil x instituições e agentes públicos municipais na busca de instrumentalizar um processo sistêmico de orientação, junto às famílias, em vistas aos desafios apresentados, sobretudo no que se refere a captação, abastecimento e uso da água;

· Discutir as questões ambientais como princípio básico para melhoria da qualidade da água e sustentabilidade hídrica nas comunidades do município de Cacimbas;

· Elevar, por meio de um processo formativo, o nível de consciência das famílias tomando como referência os espaços existentes, tanto em nível governamental como da sociedade civil organizada;

· A secretaria de Saúde e Agricultura se compromete a analisar a origem da água e fiscalização no abastecimento, por meio de carros pipas, nas comunidades rurais do município de Cacimbas;

· Rever a abordagem nas ações dos agentes comunitários de saúde sobre a orientação em relação ao cuidado com as cisternas;

· Discutir a temática recursos hídricos, em suas diversas dimensões, durante todo o ano, e não apenas em datas comemorativas a exemplo do dia mundial da água;

· A Secretaria de saúde se compromete a se empenhar em obter informações sobre a construção do aterro sanitário;

· Engajar o programa saúde na escola, por meio das secretarias de educação e saúde, com o propósito de conscientizar o alunado, sobretudo as crianças, no que se refere a práticas de manejo adequado do meio ambiente e dos recursos hídricos;

· Aproveitar o potencial em termos de captação de água existentes nas comunidades, a exemplo do ginásio de esportes na comunidade Serra Feia;

· A secretaria de agricultura se com promete a buscar meios de proteger os mananciais através de cercas de telas para evitar, sobretudo, a contaminação da água através dos animais;

· Criar um fórum permanente de discussão envolvendo sociedade civil e instituições públicas onde possa ser discutido, planejado e avaliado as propostas e compromissos assumidos na realização deste debate;

· Entender, a partir das ações a serem realizadas, a água como um direito de todos;

· O município deverá, por meio de suas secretárias, apresentar dados sobre a evolução do Índice de Desenvolvimento Humano – IDH.

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Representante da CAMEC

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Representante da CARITAS

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Representante da AÇÃO SOCIAL DIOCESANA

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Representante do CEPFS

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Representante da Secretária de Saúde / Cacimbas

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Representante da Secretária de Educação / Cacimbas

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Representante da Secretária Agricultura / Cacimbas

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Representante da Secretária de Bem-Estar e Ação Social / Cacimbas

segunda-feira, 19 de março de 2012

JÁ HOUVE MUITAS MUNDANÇAS NA REALIDADE DO SEMIÁRIDO BRASILEIRO, MAS, AINDA, HÁ MUITO PRÁ SE FAZER!

Através da luta do povo do nordeste já é possível registrar várias mudanças positivas na realidade social. O povo nordestino sempre foi guerreiro, porém, por muito tempo foi induzido a pensar que era incapaz e, portanto, necessitava de um estado provedor; “fazer para” ao invés de “fazer com a efetiva participação”. Mas, esse povo foi despertado por processos de mobilização social impulsionados por organizações da sociedade civil organizada, entidades de apoios, Igrejas, etc. Esses processos permitiram que as agricultoras e agricultores da agricultura familiar se descobrissem enquanto ser social capaz de mudar sua realidade social e, também, incidir em mudanças na realidade de outras regiões através de visitas de intercâmbio aonde vem compartilhando saberes e informações consideradas de fundamental importância para a vivência do protagonismo rumo ao desenvolvimento local, com princípio de sustentabilidade. É ago que merece aplauso e deve servir de referência para as políticas públicas governamentais. Mas, ainda, há muito prá se fazer para que os nordestinos tenham segurança hídrica e possam viver dignamente, mesmo, em períodos de estiagens prolongadas. Ainda se registra situações de tristeza envolvendo crianças e idosos que precisam se submeter a duras tarefas de ir buscar água a distâncias de até 12 quilômetros, na cabeça ou no lombo de animais, sobretudo, nos períodos de estiagens prolongadas, a exemplo das fotos acima na comunidade Serra Feia no município de Cacimbas, Paraíba. La, segundo a liderança comunitária, o Sr. Geraldo Alves Teixeira, presidente da associação comunitária de Serra Feia uma das grandes dificuldades, ainda, continua sendo o acesso a água, sobretudo, nos períodos de estiagens prolongadas. Segundo ele “tendo água se tem vida”. “A água permite limpeza corporal, produção, etc”. Segundo o Agende Comunitário de Saúde, o Sr. Mariano, as famílias às vezes até que gostariam de fazer a higienização interna de suas cisternas, mas, ficam com medo de retirar o restante de água que ainda tem e, não chovendo lhes faltar. Perguntado se as famílias tivessem mais de uma cisterna facilitaria o processo de manejo/limpeza interna, o Sr. Marino afirmou que sim e que seria uma iniciativa muito importante para que as famílias, através de um sistema de abastecimento difuso pudessem ter mais água para contribuir com a higienização, em suas residências. A partir desses elementos consta-se que é necessário, portanto, que se tenha políticas de fortalecimento das várias iniciativas que já vem sendo desenvolvidas pelas organizações da sociedade civil, apoiadas por agencias de cooperação internacional e pelo próprio governo federal como é o caso do P1MC e P1+2, apoiado pelo MDS. Ainda há muita sede e fome, não só de água e pão, mas, sobretudo, de informação, de promoção do encontro dos saberes locais de modo a permitir que as agricultoras e agricultores possam descobrir os potenciais que existem em suas propriedades e, de forma racional, explorá-los, no horizonte de atingirem a segurança hídrica de suas propriedades e o uso sustentável dos recursos naturais. Consequentemente haverá avanços em relação à qualidade de vida para a atual e futuras gerações. Para tanto é necessário investimentos financeiros, não só para os objetivos fins, mas, igualmente para os objetivos meios (processos de formação) de tal modo que as experiências possam desenvolver-se e terem sustentabilidade.

Cisterna de engenharia comum, que usa placas de cimento e é defendida pelos nordestinos

Segundo o coordenador da ASA, Naidson Batista, a ideia de implantar cisternas de polietileno tira do nordestino o direito de participar no processo de construção. “Elas não se inserem na dimensão de uma política de convivência com o semiárido. Primeiro porque ela não respeita a realidade local, pois adota tecnologias que a população não domina. Uma cisterna de plástico vem de São Paulo e é implementada sem nenhuma participação da comunidade, que assiste apenas. Se ela apresentar algum problema, a comunidade não sabe lidar. Ou seja, ela movimenta a economia paulista, não a economia local”, disse.

“Além disso, com essa postura, o governo não assume a realidade da comunidade, não emprega os pedreiros. É, na verdade, uma reedição da política de combate à seca adotada por décadas, quando se trazia pacotes prontos, tirando a capacidade do semiárido de gerir seus problemas. Isso aconteceu durante anos e gerou a miséria”, afirmou.

Esta semana, em Crateús (CE), produtores rurais foram às ruas pedir o fim da instalação das cisternas de polietileno. Em Petrolina --berço político do ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, chefe maior do projeto de cisternas de polietileno-- um grande protesto reuniu, em dezembro de 2011, mais de 10 mil pessoas, que também pediram o fim da compra de cisternas de plástico.

"A gente já teve aqui algumas cisternas de plástico, e elas não funcionaram. Elas não seguravam a água. Nesse novo modelo, a empresa vem, fura um buraco e joga a cisterna dentro. E a gente quer algo que gere alguma renda, contrate os pedreiros aqui no Estado. Dia 23 vamos com três ônibus, só aqui da região, para Fortaleza, para pressionar por essa mudança", disse o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Crateús, Antônio Ximenes.

Agilidade

Segundo nota enviada ao UOL pelo Ministério da Integração Nacional, a ideia de inserir as cisternas de polietileno foi tomada “para ganhar agilidade na implementação do programa Água Para Todos e, com isso, universalizar o acesso à água de consumo e produção no semiárido até 2014.”

O ministério disse que o governo fará 450 mil cisternas de placa, com a utilização de pedreiros locais. O órgão negou que as cisternas de polietileno sejam feitas sem a participação dos nordestinos.

“A fabricação das cisternas de polietileno está sendo feita no próprio semiárido, com a instalação de cinco fábricas, que utilizam mão de obra local e, com isso, movimentam bastante a economia dessas regiões. As cisternas possuem garantia de fábrica e, caso apresentem algum defeito de fabricação, serão trocadas imediatamente. Além disso, é grande o envolvimento da comunidade local a partir da criação dos comitês gestores municipais. Estes possuem grande participação da sociedade civil local e são responsáveis pela gestão do programa no âmbito do município", disse o ministério.

Responsável pela instalação das cisternas, a Codevasf argumentou ainda que a tecnologia das cisternas já se mostrou aplicável em várias situações. "Outro fator importante a ser ressaltado deve-se ao fato da rapidez de execução, proporcionando um benefício mais rápido às famílias carentes e sem acesso à água. A vida útil dessas unidades é de no mínimo 20 anos, o que representa um custo/benefício bem significativo."

Cisternas de plástico apresentaram deformações no semiárido e estão tendo de ser repostas





Mais caras, cisternas de plástico doadas pelo governo deformam no semiárido e são alvo de críticas 73








  • Articulação do Semiárido/Divulgação

    Cisternas de plásticos apresentam deformações supostamente

    por conta do forte calor!

    Depois de não alcançar a meta de construir um milhão de cisternas no semiárido nordestino entre 2003 e 2008, o governo federal está adotando um novo modelo de reservatório, feito de polietileno, para tentar acelerar uma das principais políticas de combate aos efeitos da seca na região.

As 300 mil cisternas de plástico --como ficaram conhecidas no Nordeste-- custam mais que o dobro daquelas construídas com placas de cimento. A escolha virou alvo de reclamações e protestos, que aumentaram este mês, quando as novas cisternas tiveram que ser substituídas depois de apresentarem deformações, em menos de três meses de uso.

Para o governo federal, a tecnologia é segura e será uma solução mais rápida para completar a conta de um milhão de cisternas até 2014, quando se encerra o mandato da presidente Dilma Rousseff. Ao todo, nesses três anos, serão construídas também 450 mil cisternas de placa de cimento.

Números oficiais apontam que cada cisterna de polietileno tem custo total (equipamento e instalação) de R$ 5.090, ou seja, mais que o dobro da cisterna de placas de cimento –que, segundo a ASA (Articulação do Semiárido), sai por aproximadamente R$ 2.200. Levando em conta os dados apresentados, enquanto as 300 mil cisternas de polietileno vão custar R$ 1,5 bilhão aos cofres públicos, se a tecnologia utilizada fosse a de placas, esse valor seria de R$ 660 milhões.

O sonho de garantir o armazenamento de água para consumo aos nordestinos durante as estiagens é antigo e ganhou força em 2003, quando a ASA (que congrega 750 organizações civis da região) lançou o projeto “Um Milhão de Cisternas para o Semiárido”. A ideia teve e financiamento do MDS (Ministério do Desenvolvimento Social), e a meta deveria ser cumprida em cinco anos. Mas, passados nove anos do lançamento, apenas 40% do total foi alcançado até 2011 –contando apenas as cisternas feitas em placas de cimento.

Nos oito anos do governo Luiz Inácio Lula da Silva foram construídas 325.960 cisternas – média de 40 mil por ano. Em 2011, primeiro ano da gestão Dilma, essa média cresceu significativamente e o total de equipamentos entregues chegou 83.248. A estimativa oficial é que, considerando outras iniciativas públicas e privadas, tenham sido construídas até hoje 482 mil cisternas no Nordeste.

Para acelerar ainda mais e chegar à meta estipulada em 2003, o governo Dilma Rousseff garantiu que vai construir 750 mil cisternas --número que o governo considera suficiente para universalizar o armazenamento de água no Nordeste.

Com da experiência frustrada do projeto inicial, o governo resolveu adotar novas táticas e tecnologias. Para isso, lançou no ano passado o programa "Água para Todos", coordenado pelo Ministério da Integração Nacional (MDS). A ação acabou com a quase exclusividade da ASA na construção das cisternas, tirando também a gestão do assunto do MDS. Agora, Estados e municípios são os principais parceiros, indicando as necessidades das regiões e recebendo diretamente os recursos para a implantação.

Deformações

O problema são as cisternas de polietileno já entregues às famílias. Algumas delas apresentaram problemas menos de três meses após montadas. O caso ocorreu no município de Cedro, no sertão do Ceará, onde duas cisternas deformaram, supostamente por conta do forte calor da região. Fotos divulgadas pela ASA foram suficientes para uma série de protestos, inclusive nas redes sociais.

Em nota, a Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba), responsável pela instalação e manutenção das cisternas, informou que a responsável pela fabricação foi notificada e já teria entregado duas novas cisternas. “Ressalta-se que o Ministério da Integração Nacional adota rigorosos procedimentos de controle de qualidade durante a fabricação e a entrega das cisternas.” Ainda segundo a Codesvasf, o tempo de vida útil da cisterna é de no mínimo 20 anos.

O argumento é rebatido por especialistas. "Essas cisternas têm um ciclo pequeno. Daqui a um tempo, vai ser um monte de lixo plástico espalhado pelo Nordeste. Além disso, estive falando com famílias, e elas questionam, porque não têm como entrar e lavar, o manuseio é diferente. Na cisterna de placa, a própria família pode consertar. São cisternas para 30 anos, mas essas com três meses estão deformando. Eles repuseram, mas vão repor até quando?", alegou o técnico do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada, em Juazeiro (BA), José Carlos dos Santos Neri.

sábado, 17 de março de 2012

Indignação dos Guardiões das Sementes


(Joaquim Pedro de Santana)

Jesus mestre salvador
Lá do céu está vendo
O que é que estão fazendo
Com o povo agricultor
É tirar o nosso valor
Mandar sementes pra gente
Com veneno é indecente
Deus não vai dar o perdão
É a indignação dos guardiões da semente

De apoio precisamos
Federal ou do Estado
Mas devemos ser consultados
Para saber o que plantamos
Por que nós não aceitamos
Virem com veneno pra gente
Saber que é indecente
Para nossa plantação
Esta é a indignação dos guardiões das sementes

Temos 38 espécies
230 variedades
Todas de boa qualidade
Que o povo todo conhece
Não sei o que acontece
Programas mandar pra gente
Só quatro achamos indecente
Fazemos revolução
É a indignação dos guardiões da semente

Nós sabemos que se plantar
As nossas variedades
Teremos com qualidade
Segurança alimentar
Também nós vamos zelar
O nosso meio ambiente
É bastante diferente
Desta outra plantação
É a indignação dos guardiões da semente

Nossos avós e nossos pais
Nos ensinaram a plantar
E também armazenar
Com produto naturais
Pimenta do reino é capaz
Para o trabalho da gente
Casca de laranja é excelente
Para a boa germinação
Está é a indignação dos guardiões da semente

Pedimos para não plantar
Pois temos diversidade
Mas se houver necessidade
De perto dela passar
Máscara e luva vamos usar
Para proteger a gente
Pois veneno é indecente
O mesmo é coisa do cão
Essa é a indignação dos guardiões da semente

Nos também temos clareza
Que o problema é financeiro
E com nosso dinheiro
Enricar mais as empresas
Veneno na nossa mesa
Com dinheiro da gente
Se chegar na minha frente
Digo ao chefe da Nação
Está é a indignação dos guardiões da sementes

No banco a semente está
Para a nossa autonomia
Pra quando chegar o dia
De o agricultor plantar
É só ele ir lá buscar
Voltar feliz e contente
Porque tem em sua frente
As sementes da paixão
Essa é a libertação dos guardiões da semente

terça-feira, 13 de março de 2012

PARTE DO SEMIÁRIDO BRASILEIRO PODE SER ASSOLADO POR MAIS UMA SECA!

A luta e resistência dos agricultores e agricultoras do semiárido brasileiro vêm se tornando uma estratégia constante para permanecer no seu habitar, produzindo alimentos para suas famílias e para abastecer as cidades. Entretanto, de tempos em tempos se deparam com uma seca, fenômeno natural originado a partir das mudanças climáticas que ao se abater sobre a região castiga, de maneira perversa, os sertanejos, sobretudo, aqueles mais fragilizados. Nos últimos anos, muitas organizações da sociedade civil, dentre elas o CEPFS vem contribuindo para mudar essa situação a partir da promoção dos sertanejos como agentes de transformação social da realidade onde vivem. As agências de cooperação internacional muito têm contribuído com os trabalhos das organizações da sociedade civil que atuam no semiárido brasileiro para diminuir esse sofrimento na medida em que vêm apoiando várias iniciativas de captação de manejo de água de chuva. O governo Federal, através do MDS, também, tem dado significativa parcela de contribuição apoiando o Programa de Mobilização e Formação para a Convivência com a Realidade Semiárida (P1MC) que trabalha o acesso a água para o consumo humano e o Programa de Formação e Mobilização Social para Convivência com o Semiárido: Segurança Alimentar e Soberania Alimentar através do Manejo Sustentável da Terra e das Águas – P1+2 (água para produção). É notória a satisfação das famílias que conseguem receber apoio para estruturar suas propriedades para melhor se adaptarem aos efeitos das mudanças climáticas, a exemplo do relato da Sra. Ana Cláudia da comunidade Catolé da Pista, no município de Teixeira, quando da instalação da bomba trampolim em sua cisterna recém construída pelo Projeto Convivência com a Realidade Semiárida, promovendo o Acesso a Água, Solidariedade e Cidadania, apoiado pelo Fundo Finlandês de Cooperação Local da Embaixada da Finlândia, em parceria com Trócaire, agencia de cooperação da Igreja Católica da Irlanda. “Só sabe o que é ter uma cisterna em casa quem a possui. Eu tinha vergonha de oferecer um copo de água para uma visita, hoje me sinto bastante a vontade para fazer isso, porque sei que estou ofertando uma água de boa qualidade”. Isso significa dá publicidade a dignidade que está sentindo. Entretanto, observa-se que ainda há muitas iniciativas a se fazer para que as famílias do semiárido possam vir a ter segurança hídrica, ou seja, água suficiente para beber, cozinha, tomar banho, etc., e, água para produção, para os animais, de modo que possa vir a enfrentar um período de estiagem, com mais tranqüilidade e dignidade. A água de uma cisterna é suficiente para uma família com uma média de 6 pessoas atravessar o período de estiagem natural que, em média, é de 7 a 8 meses, até que venha novamente o período das chuvas do próximo ano. Mas, quando vem um ano com irregularidades na distribuição das chuvas, como está se desenhando este ano, a família passa por dificuldades, mesmo aquela que tem cisterna. É verdade que tendo a cisterna terá um lugar para armazenar água, mesmo que tenha que comprar, através de carros-pipa. A realidade é que aquelas famílias que tem, além da cisterna, alguma outra forma de captação e armazenamento de água em suas propriedades, obviamente, passam menos dificuldades duque as que estão totalmente sem infra-estrutura. Isso revela que o que vem sendo feito está indo na direção correta: estruturar as propriedades da agricultura familiar com tecnologias sociais de captação, armazenamento e manejo de água de chuva para que haja melhores condições de adaptação às conseqüências da mudanças climáticas. Mas, também relava a necessidade de dados mais seguros em relação ao que representa segurança hídrica de uma propriedade familiar. Sem dúvida isso contribuirá, de forma segura, para que se possa estimular as famílias a se planejarem e buscarem apoio no sentido de estruturar suas propriedades com vistas a atingirem a segurança hídrica, ou seja, água, pelo menos, para dois anos. Sem dúvida esse deve ser o sonho de muitos sertanejos.

segunda-feira, 12 de março de 2012

CEPFS CONCLUI CONSTRUÇÃO DE CISTERNAS EM COMUNIDADES RURAIS DO MUNICÍPIO DE TEIXEIRA – PB

O Centro de Educação Popular e Formação Social – CEPFS, concluiu no período de 06 a 09 de março, a construção de 15 cisternas com sistema de boia para lavagem do telhado e bomba trampolim. Nesta última etapa de construção foram instaladas todas as bombas trampolim das 15 cisternas e afixadas placas com informações das entidades executaras e financiadoras. Essa tecnologia permite um manejo adequado através de um processo de sucção do precioso líquido sem contato direto com a água. A construção dessas cisternas é parte do projeto Convivência com a Realidade Semiárida, Promovendo o Acesso a Água, Solidariedade e Cidadania, apoiado pelo Fundo Finlandês de Cooperação Local da Embaixada da Finlândia no Brasil, em parceria com a agência de Cooperação da Igreja Católica da Irlanda Trocaire. Nesta etapa foram beneficiadas diretamente 15 famílias, com mais de 70 pessoas, de 09 comunidades do município de Teixeira, assim distribuídas: Santo Agostinho (3); Poços (3); Coronel (2); Serra Verde (2); Catolé dos Machados (1); Catolé da Pista (1); Riacho Verde (1); Fava de Cheiro (1) e Guarita (1). Considerando o objetivo que é propiciar melhores condições de vida das famílias a partir do acesso a água de qualidade para o consumo humano, fica evidente a satisfação dessas famílias. Quando da aposição das bombas trampolim, representantes das famílias, sobretudo, as mulheres, explicitaram sua alegria em já está consumindo água captada pelas cisternas com as primeiras chuvas caídas na região. só sabe o que é ter uma cisterna em casa quem a possui. Eu tinha vergonha de oferecer um copo de água para uma visita, hoje me sinto bastante a vontade para fazer isso, porque sei que estou ofertando uma água de boa qualidade”, esse foi o relato da Sra. Ana Cláudia da comunidade Catolé da Pista, quando do momento da instalação da bomba trampolim. O fortalecimento dos Fundos Rotativos Solidários é outro objetivo deste projeto. Espera-se que nas comunidades onde tiveram famílias beneficiadas, possa haver o fortalecimento dessa dinâmica e, conseqüentemente, haja maiores e melhores condições, por meio da solidariedade entre as famílias, para possíveis soluções das fragilidades, hora reaplicando a experiência em famílias que ainda não tem, hora dinamizando a organização comunitária para buscar novos apoios a partir do referencial que vem sendo construído, nos últimos anos.

segunda-feira, 5 de março de 2012