sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Beneficiários do Projeto Comunidade e Renda Participam de Capacitação Sobre Planejamento Estratégico



Renalle Benício
Comunicadora Popular CEPFS/ASA

No mês de agosto, os beneficiários do Projeto Comunidade e Renda participaram de uma capacitação sobre Planejamento Estratégico. O evento foi promovido pelas comunidades locais com assessoria da Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE) que, através do referido projeto está apoiando os grupos das Unidades de Beneficiamento de fruta (extração de polpa) das comunidades Fava de Cheiro e Poços de Baixo, no município de Teixeira, com assessoria, capacitação e infra-estrutura.

O evento aconteceu na sede da Associação de Fava de Cheiro. Durante três dias os participantes discutiram notadamente sobre os avanços e desafios dos grupos, controles administrativos financeiros, e perspectivas.

As Unidades de Beneficiamento de Polpa de Frutas foram implantadas no segundo semestre do ano de 2009, a partir do projeto de Adaptação as Mudanças Climáticas que surgiu da constatação da existência de um significativo potencial frutífero e do desperdício que existia. O objetivo é melhorar a qualidade de vida das famílias a partir do aproveitamento do potencial frutífero da região, gerando renda e mudanças no hábito alimentar.

Em Poços de Baixo a Unidade de Beneficiamento de Frutas conta com a participação, direta, de 04 famílias, já em Fava de Cheiro participam 03 famílias. Em ambas as comunidades os grupos contribuem com a dinâmica de Fundo Rotativo Solidário, que dá sustentabilidade e possibilidade ao desenvolvimento de outras ações.

Além da venda da polpa para as famílias das comunidades e o mercado local, hoje os grupos também acessam as políticas públicas governamentais, através do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e Programa Nacional de Aquisição de Alimentos (PNAE). Hoje o grupo de Poços atende quinze Escolas Estaduais dos municípios de Patos (12), Maturéia (01) e Desterro (02). Em Teixeira, a venda é feita diretamente para a Secretaria de Educação do município que distribui para as escolas.

“Esta capacitação sobre planejamento estratégico ajudou o grupo a se organizar melhor, antes algumas pessoas chegavam a hora que queriam e ganhavam o mesmo valor das demais. A partir de agora haverá mudanças, teremos também mais comprometimento, um melhor planejamento, e conseqüentemente bons resultados” afirmou Vânia Lúcia, da comunidade Poços de Baixo

Para Iolanda Silva beneficiária da comunidade de Fava de Cheiro,  foi um momento de muito aprendizado “A capacitação veio fortalecer a nossa organização através dos conhecimentos adquiridos. É como se estivéssemos começando, estávamos perdidos sem planejamento, não tínhamos fundo de reserva, mas a partir de agora teremos. Aprendemos muito.

Entrevista
Erivaldo Pedro
Consultor da CESE

Dedo de Prosa - Qual o apoio oferecido pela CESE ao Projeto Comunidade e Renda?

Erivaldo Pedro - Esse projeto visa apoiar as organizações produtivas populares. A CESE está apoiando dois grupos aqui na Paraíba, dois no Pernambuco, quatro na Bahia e dois no Maranhão. Aqui na Paraíba um dos grupos apoiados é este de Teixeira da Associação de Poços de Baixo, mas que tem extensão para o grupo aqui de Fava de Cheiro, a finalidade é contribuir com o fortalecimento desses grupos para que eles tenham melhor produção, condições de renda e também o alcance de seus objetivos. Apóia principalmente com formação, capacitação, assessoria e também com um pequeno recurso para melhorar a infra-estrutura.

Em relação às capacitações, foi disponibilizado um diagnóstico organizacional, onde nós fizemos  dois momentos, um  primeiro com dois dias e  um segundo com três dias, para fazer um levantamento das partes produtiva, financeira e organizacional como um todo. Fizemos a matriz onde identificamos as fragilidades, apresentamos para os grupos e fizemos uma priorização do que vamos trabalhar. A CESE viu como poderia apoiar e solicitou que nós fizéssemos um programa de capacitação que vai de agosto à dezembro.

Dedo de Prosa - E o que foi priorizado?

Erivaldo Pedro – Primeiramente a necessidade da realização de um planejamento estratégico, que é este encontro, o segundo encontro será sobre contabilidade básica, o terceiro encontro será sobre técnicas de vendas onde nós traremos algumas técnicas modernas de comercialização, em outubro nós teremos uma capacitação sobre as organizações e suas obrigações legais, e em dezembro nós teremos uma visita de acompanhamento para perceber o processo evolutivo do grupo.

A avaliação de fato do programa acontecerá em janeiro ou fevereiro em Salvador. Serão escolhidas duas pessoas do grupo para participarem e avaliarem como foi este processo de capacitação. Então o processo que a CESE está implantando com os programas é justamente isso.

Dedo de Prosa - Em se tratando de infra-estrutura, existe algum apoio?

Erivaldo Pedro - Existe um montante de recurso, este recurso ele não é carimbado para isso ou aquilo, no decorrer destas capacitações até dezembro nós estaremos formatando um plano de negócio, e nesse plano nós iremos identificar algumas fragilidades e necessidades que os grupos têm, para melhorar o processo produtivo, então a CESE poderá até financiar a compra de algum equipamento, algum bem. Não é muito recurso, tem um valor específico que não pode ultrapassar,  tem que ser de acordo com aqueles gargalos que nós percebemos existir no grupo. Então a CESE tentará contribuir tendo em vista a melhoria da produtividade e conseqüentemente o lucro do grupo.

Dedo de Prosa - Esta capacitação que está acontecendo é sobre planejamento estratégico, qual a importância da mesma para o fortalecimento das ações do projeto?

Erivaldo Pedro - Acho que o planejamento estratégico é um meio primordial para a organização que quer avançar. É comum que com o passar dos anos, os grupos percebem a necessidade de cada vez mais se planejarem, então é chegada a hora que as organizações demandam um planejamento mais articulado. Nós percebemos que neste caso, nestes dois grupos esta é uma hora propícia, os grupos estão num patamar de produção um tanto elevado, já estão tendo condições de gerar uma renda satisfatória e se o grupo não tiver um foco bastante definido, com bastante clareza, o grupo termina se perdendo. Então as pessoas percebem que existe maneira de ganhar dinheiro de forma honesta, produtiva se o grupo não tiver essa clareza e caminhos mais firmes a serem traçados, o grupo se perde na caminhada ou acaba perdendo algumas pessoas que são extremamente importantes. Existem vários olhares dentro do planejamento estratégico, e não é olhar somente o econômico, existe também o olhar social, político e ecológico. As pessoas precisam compartilhar e comungar desses olhares, que seja um olhar comunitário e não individual.














Adutora do Rio São Francisco uma alternativa eficiente.


É curioso que paralelamente a obra da transposição do Rio São Francisco está se construindo uma adutora que vai levar do rio São Francisco até a cidade de Afogados da Ingazeira.
A adutora começa também no município de Floresta-PE  mais precisamente na comunidade paus preto que dista 20km da cidade.
A água levada pela adutora abastecerá as seguintes localidades: distrito de Nazaré do Pico, Serra Talhada, Calumbi, Nova Canaã, Flores e Afogados da Ingazeira.
A construtora imobiliária Rocha tem avançado bastante a obra, pois já estão construindo a estação de bombeamento nas margens do rio São Francisco.
As vantagens de construir adutoras são enormes. Por exemplo: o desmatamento é menos, não tem problema de travessia, pois os canos são enterrados, evita a evaporação da água, não é preciso deslocar ninguém da sua terra, o custo da obra é menos, pouca empreiteiras para construção, o tempo de execução é bem menos...
Investir, criar e melhorar os sistemas de adutoras no semi-árido é a solução.


Floresta, 30 de agosto de 2012.


Pe. Sebastião Gonçalves


segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Encontro reflete o papel da comunicação na intervenção política da ASA

Equipe de comunicadores e técnicos dos programas estão reunidos para afinar seu olhar sobre a sistematização como processo de disseminação do conhecimento dos agricultores e agricultoras
Verônica Pragana - Asacom
Cabo de Santo Agostinho - PE
22/08/2012
Abertura da oficina com o mapa do Semiárido brasileiro | Foto: Gleiceani Nogueira / Arquivo Asacom
Na estratégia de intervenção da Articulação no Semi-Árido (ASA), a comunicação ocupa lugar de destaque. O esforço é para desfazer a imagem de inviabilidade e pobreza atribuída à região e consolidada há centenas de anos. Desconstruir essa imagem, com profundas marcas na vida de quem nasceu por lá, significa, sobretudo, fazer essas pessoas escutarem suas vozes e se descobrirem capazes de encontrar soluções para seus desafios.

De quarta a sexta-feira desta semana (22 a 24), cerca de 50 pessoas envolvidas diretamente com as ações de comunicação da ASA estarão juntas. Do total de participantes, mais da metade são novos comunicadores e comunicadoras. A oficina acontece no Hotel Canarius, no município do Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife.

A oficina tem como proposta a construção de uma unidade de visão da equipe de comunicação sobre a sistematização de experiências. Pretende-se também lançar um olhar para a sistematização percebendo-a dentro de um contexto mais amplo de comunicação para a transformação social. Assim, a sistematização amplia seu sentido na intervenção política da ASA.

O caminho a ser construído na oficina parte dos elementos orientadores da metodologia da ASA – conceitos, princípios e crenças – para chegar na reflexão sobre a ação de sistematização como estratégia de difusão das inovações e dos conhecimentos dos agricultores e agricultoras experimentadoras.

“No Semiárido, foi a política quem decretou a concentração da terra, da água e do conhecimento e, assim, decretou também a marginalização da grande maioria da população da região”, atestou Naidison Baptista, coordenador executivo da ASA pelo estado da Bahia, que fez a fala de abertura do encontro. “Com relação à dimensão do conhecimento, os comunicadores e comunicadoras da ASA têm uma grande contribuição a dar”, completa.

Na programação da oficina, está previsto um diálogo entre os comunicadores e quatro agricultores – Rafael e Joelma, de Pernambuco, e Angeneide e Socorro, da Paraíba. Todos são muito experientes na lida com a agricultura agroecológica e alcançaram o estágio de convivência com o Semiárido.

“A proposta da ASA está para além de construir cisternas. A ASA traz um projeto político no qual a centralidade é ocupada pelo protagonismo dos agricultores. Então, a ideia de proporcionar esta conversa dos comunicadores com os agricultores e agricultoras é para o grupo perceber que a sistematização deve estar a serviço dos agricultores que produzem e disseminam conhecimento”, comenta Adriana Galvão, assessora da ASP-TA, organização que atua no Semiárido paraibano e faz parte da ASA desde seu início.

A sistematização das experiências dos agricultores familiares que vivem no Semiárido se concretiza através do boletim Candeeiro, que já superou a marca de mil edições. “Um agricultor uma vez disse que os Candeeiros são o resultado da junção do povo das letras com o povo da sabedoria – os agricultores e agricultoras. E que os mais de mil Candeeiros estão “alumiando” o Semiárido. Alumiam como? Mostrando as coisas bonitas do Semiárido e o conhecimento de quem é de lá”, contou Baptista.

Equipe renovada - Esta oficina tem um significado importante por ser a primeira realizada depois da chegada de novos comunicadores e comunicadoras na rede. “Por eu ter chegado há pouco tempo na ASA, minha expectativa é, acima de tudo, conhecer e me integrar com a equipe de comunicação, compreender melhor a linguagem que a ASA usa para se comunicar com a sociedade de uma forma geral e, com isso, absorver o máximo de conteúdo para que meu trabalho junto a ASA se desenvolva, e também contribuir um pouco com minhas vivências, por que não?”, anuncia Rodrigo Dias, comunicador da ASA pelo estado da Bahia e vinculado à Cedasb, uma organização com atuação no Semiárido baiano.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Seca poderá atingir o Sertão da Paraíba em 2013, afirma Metereologista

De acordo com o físico e meteorologista Rodrigo Cezar Limeira, um novo episódio do fenômeno El Niño já está formado e deve se intensificar nos próximos meses tornando-se moderado.

Atualmente a temperatura da porção central do Oceano Pacifico está em torno de 0,7ºC acima da média, caracterizando um El Nino fraco, caso o fenômeno se intensifique nos próximos meses, o cenário para as chuvas do semiárido no próximo ano poderá ser inclusive desfavorável para a pratica da agricultura, pastagens e pode comprometer inclusive o armazenamento dos reservatórios de água.

De acordo com Rodrigo, o monitoramento do fenômeno El Nino nos próximos meses, vai ser decisivo para indicar o tamanho dos prejuízos na estação chuvosa da região semiárida nordestina no ano que se aproxima. “ Se este El Nino não dissipar até o mês de Janeiro do próximo ano, as chuvas no interior da Paraíba, no período de estação chuvosa (Fevereiro a Maio) deverão ser abaixo da média histórica” diz Rodrigo.

Rodrigo disse que o fenômeno dura entre 12 e 18 meses aproximadamente e que o mesmo se configurou agora em Julho. Ainda de acordo com Rodrigo, caso este El Nino evolua para a condição de moderado, situação semelhante ao que ocorreu em 2010 e 2007, as chuvas poderão ficar entre 30% e 50% abaixo da média histórica em muitos municípios da região semiárida. Em se mantendo fraco, as chuvas devem oscilar entre 10% e 30% abaixo da média, caso seja forte, situação mais remota, as chuvas poderão ficar entre 50% e 70% abaixo da média.




Fonte: Patos Online

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

CEPFS inicia Atividades do Projeto Sertão Ecológico e Solidário nos Municípios de Teixeira e Cacimbas



Renalle Benício
Comunicadora Popular CEPFS/ASA

O Centro de Educação Popular e Formação Social (CEPFS) iniciou as atividades de execução do Projeto Sertão Ecológico e Solidário, nos municípios de Teixeira e Cacimbas onde será implantado. Foram realizadas duas reuniões, a primeira aconteceu na comunidade Riacho Verde (Teixeira), lá estavam presentes lideranças comunitárias que participam da União das Associações Comunitárias de Teixeira (UNACT), a segunda foi realizada na comunidade Monteiro (Cacimbas) e contou com a presença de lideranças das associações que compõe a Central das Associações Comunitárias do Município de Cacimbas e Região (CAMEC).

O Projeto objetiva promover educação ambiental. Apoiará 15 famílias de agricultoras e agricultores experimentadores com a implantação de hortas com economia de água. Pretende também implantar kits de lixeira para a coleta seletiva de lixo em 10 sedes de associações comunitárias e capacitar 180 famílias sobre uso sustentável dos recursos naturais ao redor de casa, com enfoque para o tratamento adequado do lixo doméstico, constituição de pomares, cultivo de plantas medicinais e ornamentais.


E apoiado pela BrazilFoundation que anualmente lança editais para seleção de projetos, neste último edital o CEPFS participou da concorrência e foi vencedor da categoria desenvolvimento local.

 “um dos pontos positivos é que o espaço utilizado pelas famílias para depositar o lixo a partir da implantação do projeto será aproveitado para outra finalidade”.
Francisca Barbosa
Presidente da Associação de Coronel - Teixeira


Entrevista
Aurilene Venâncio
Coordenadora do Projeto
Dedo de Prosa - Como surgiu a idéia do Projeto Sertão Ecológico e Solidário?

Aurilene - A partir de visitas as comunidades, onde foram identificadas que as famílias ali residentes não tinham a preocupação de dar um destino ao lixo domestico, deixando bem a vista ao redor das residências.

Dedo de Prosa - Quais benefícios podem ser gerados na família e na comunidade a partir da implantação do projeto?

Aurilene – os benefícios são vários, destacamos o destino correto do lixo doméstico, a utilização desse lixo como recurso natural (adubo orgânico), a geração de renda e o resgate de plantas medicinais e ornamentais.

Dedo de Prosa - O Projeto Sertão Ecológico e Solidário buscará integrar o saber técnico com o saber popular, qual a importância de somar estes saberes?

Aurilene - Teoricamente “não existe o saber técnico sem o popular”. Portanto vemos como é importante somar os saberes e valorizar sobre tudo o conhecimento popular.

Dedo de Prosa - Quais os desafios em se tratando do destino final do lixo?

Aurilene - Como você se “refere destino final do lixo” esse será de fato o maior desafio, isso em se tratando da parte que não será possível ser reutilizada pelas famílias. Eu acredito que a partir do momento da realização das atividades surgirão sugestões dos participantes que possam colaborar para a solução desse problema.

Dedo de Prosa - Quais estratégias a entidade pretende desenvolver para viabilizar o sucesso do projeto?

Aurilene - Formação e sensibilização das famílias onde o projeto será implantado, implantação de kit´s coletores de lixo nas associações comunitárias, aproveitamento dos recursos naturais ao redor de casa e realização de oficinas para aproveitamento do lixo.