terça-feira, 26 de agosto de 2014

Em Cacimbas agricultores e agricultoras se reúnem em feira agroecológica

Renalle Benício 
Comunicadora Popular/CEPFS

Agricultoras da comunidade Catolé, Desterro. Foto: Renalle Benício
A Central das Associações Comunitárias do Município de Cacimbas e Região (CAMEC) em parceria com a Ação Social Diocesana de Patos (ASDP), o Centro de Educação Popular e Formação Social (CEPFS) e a Cáritas, realizou no último domingo (24), na comunidade Monteiro, no município de Cacimbas-Paraíba, a “Feira Agroecológica Solidária, Semeando e Colhendo Vidas no Semiárido”, com o lema: Quem disse que não temos nada para oferecer?

Participaram do evento, agricultores e agricultoras dos municípios de Tavares, Juru, Imaculada, Maturéia, Teixeira, Desterro e Cacimbas, representantes de organizações sociais e do governo municipal.  

Agricultores e agricultoras levaram para a feira uma diversidade de produtos agroecológicos, tinha legumes, verduras, frutas, hortaliças, sementes. Entre os alimentos mais produzidos destacam-se as hortaliças.

A produção agroecológica tem garantido segurança alimentar e renda para as famílias, que a partir do acesso a água através de reservatórios de captação e armazenamento de água para a produção de alimentos, a exemplo das cisternas de enxurrada e cisternas calçadão, passaram a produzir o seu próprio alimento e a vender o excedente.

Com a comercialização dos produtos, além da geração de renda, agricultores e agricultoras também estão ofertando a outras pessoas a oportunidade de consumirem alimentos saudáveis, sem agrotóxicos.

Na feira, os participantes também tiveram a oportunidade de comprar mudas de plantas, produtos artesanais e uma variedade de queijos, doces e bolos.
A agricultora Maria Alves, da comunidade Fava de Cheiro, Teixeira, falou sobre a importância do evento “foi um espaço muito importante para divulgação dos nossos produtos e também um momento de divertimento e troca de conhecimento com outros agricultores e agricultoras”.

Durante a feira também houve o lançamento do vídeo documentário do projeto “Sertão Ecológico e Solidário”, realizado pelo CEPFS, apresentação de peças de teatro sobre agroecologia feita por alunos da Escola João Heleno de Maria, realização de um bingo e muito forró.

O trabalho das organizações sociais, aliado a execução de projetos e programas como o Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2) da Articulação do Semiárido (ASA) tem sido grandes colaboradores com o desenvolvimento das iniciativas dos agricultores e agricultoras. Através do P1+2 muitas famílias tiveram acesso as tecnologias sociais de captação e armazenamento de água para a produção de alimentos.

Anchieta de Assis, representante da Coordenação Executiva da Articulação do Semiárido Paraibano fez sua avaliação sobre o evento “na feira, tivemos a oportunidade da perceber a riqueza e a diversidade que agricultores e agricultoras vem cultivando no semiárido. Diversidade de verduras, sementes, queijos, doces. A partir desta amostra poderemos pensar na possibilidade de em alguns municípios, o excedente de produção viabilizar feiras semanais ou quinzenais de produtos agroecológicos da agricultura familiar. Foi uma iniciativa válida"!

A feira agroecológica foi um espaço para dar visibilidade as iniciativas de agricultores e agricultoras que constroem um sertão agroecológico.  E quem pensou que agricultores e agricultoras não tinham nada para oferecer, saiu de lá encantado.

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

CEPFS reúne agricultores e agricultoras em oficina sobre produção agroecológica


Foto: Renalle Bencio
Afim de ampliar os conhecimentos das famílias beneficiadas pelo Projeto Agroecologia Gerando Renda e Promovendo Cidadania na Serra de Teixeira, o Centro de Educação Popular e Formação Social – CEPFS realizou em 15 de agosto, uma oficina sobre produção agroecológica.


No início da atividade houve um diálogo sobre o surgimento da agricultura, o processo de mecanização e o uso dos agrotóxicos. Para reforçar o diálogo foi exibido o vídeo “agrotóxico uma agricultura da morte”, após a exibição do vídeo foi feito um debate.

Nas reflexões os agricultores relataram situações semelhantes as que foram apresentadas no vídeo, de pessoas que tiveram a saúde e a vida comprometida pelo uso dos agrotóxicos na plantação de alimentos.

O agricultor Raimundo Arruda, destacou que o assunto tratado no vídeo não é uma realidade distante, “não precisamos ir tão longe, no município de Teixeira muitos agricultores que trabalharam nos plantios, e que hoje sofrem as consequências deixadas pelo uso dos agrotóxicos. É preciso abrir os olhos, vamos trabalhar com a produção orgânica, assim teremos uma vida mais saudável!” Enfatizou.

Após dialogarem sobre os diversos tipos de ameaças à agricultura familiar, a exemplo do agronegócio e práticas equivocadas de manejo dos recursos naturais, foi enfatizado sobre os princípios e práticas da agricultura agroecológica com ênfase para produção de alimentos de forma sustentável.

Sobre proposta de comunicação trabalhada no projeto Agroecologia Gerando Renda e Promovendo Cidadania na Serra de Teixeira, foi esclarecido que a mesma prioriza a participação dos jovens nas oficinas de comunicação para que possam enxergar e comunicar as belezas e potencialidades das comunidades e da região, portanto, necessitam ampliar os conhecimento para produzirem materiais de comunicação.

Ao final da atividade foi feito o lançamento do boletim “cultivando sonhos” que conta a história de Alex Francisco “um agricultor que ama a sua terra”. A leitura do boletim foi feita pela jovem Miriely Batista, esposa de Alex.

Para o agricultor Junior da comunidade São Francisco, município de Teixeira, as escolas têm um papel fundamental, sobretudo, no desenvolvimento de um trabalho, através da educação contextualizada que considere a realidade local “os materiais didáticos distribuídos nas escolas, não colaboram para valorização da nossa região, não mostram aspectos locais, como a vegetação daqui, as frutas, os animais. Geralmente, falam de coisas de uma região diferente da nossa.”

A oficina sobre produção agroecológica foi um momento riquíssimo de interação entre participantes, troca de experiência e muita animação.

O projeto Agroecologia Gerando Renda e Promovendo Cidadania na Serra de Teixeira, executado nos municípios de Teixeira, Cacimbas e Maturéia, é patrocinado pela Petrobrás, através do Programa Petrobrás Socioambiental.


quinta-feira, 14 de agosto de 2014

CEPFS discute implantação de banco de dados


Em 24 de julho, membros da equipe do Centro de Educação Popular e Formação Social – CEPFS reuniram-se com Chico Nogueira, coordenador de projetos no Núcleo de Estudos em Agricultura e Ecologia no Sertão Paraibano – NAESP, para discutir sobre a implantação de um banco de dados, ferramenta que servirá para monitoramento e gestão do processo de transição agroecológica dos agroecossistemas familiares de municípios da região da Serra de Teixeira.

A implantação do banco de dados é uma proposta do Projeto Agroecologia Gerando Renda e Promovendo Cidadania na Serra de Teixeira, um projeto do qual o IFPB Campus Sousa é parceiro desde sua elaboração. O Banco terá como objetivos principais auxiliar no planejamento das ações e monitorar os resultados do projeto, bem como, divulgar informações que contribuam com os processos de fortalecimento da agricultura familiar.

As informações sistematizadas fornecerão aos agricultores e organizações, elementos para avaliações, planejamentos e ajustes nas estratégias da transição agroecológica para a convivência com a realidade semiárida.

Chico Nogueira falou sobre a importância do banco, “o banco de dados é uma ferramenta estratégica que contribuirá com a qualificação da proposta de uma agricultura familiar agroecológica no território médio sertão”.

Na oportunidade, também foi apresentado um modelo de banco de dados em desenvolvimento e experimentação pela ASPTA, mas que pode ser ajustado e utilizado também pelo CEPFS.

Decidiu-se que o CEPFS utilizará, de maneira experimental, uma ferramenta de gerenciamento de projetos (Redmine) administrada pelo setor de Tecnologia da Informação do IFPB-Campus Sousa, para gerenciar o projeto. Também articulará um técnico em informática para trabalhar uma proposta referência de ferramenta para o banco de dados e que a  equipe desenhará os principais eixos de registro e acompanhamento pretendido.

O projeto Agroecologia Gerando Renda e Promovendo Cidadania na Serra de Teixeira executado nos municípios de Teixeira, Cacimbas e Maturéia é patrocinado pela Petrobrás, através do Programa Petrobrás Socioambiental.

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Agricultores e agricultoras de Matureia trocam experiências durante capacitação em GAPA

Jéssica Freitas
comunicadora popular

Comunidade Riacho das Moças - Matureia
Ao conquistarem tecnologias sociais do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2) os agricultores e as agricultoras tem ainda a oportunidade de participar de atividades de formação, onde trocam experiências e são capacitados para o uso sustentável das águas.

Foi nessa perspectiva, que o Centro de Educação Popular e Formação Social (CEPFS) realizou nos dias 06, 07 e 08 de agosto, uma capacitação em Gestão de Águas para a Produção de Alimentos (GAPA). A capacitação aconteceu na área experimental do CEPFS e reuniu agricultores e agricultoras de comunidades rurais do município de Matureia.

Os participantes compartilharam suas expectativas sobre os benefícios que a captação de água para produção de alimentos trará para suas vidas. A importância da mobilização social como forma de buscar melhorias para as comunidades, a exemplo das associações, também foi tema de reflexão durante os três dias de curso.


Buscar alternativas de convivência com o Semiárido se torna mais fácil quando as famílias observam suas propriedades com um novo olhar. Através de atividades realizadas em grupo, os agricultores e agricultoras refletiram sobre o potencial produtivo das comunidades e montaram mapas onde identificaram as fontes de água existentes.

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

CEPFS conquista Prêmio vom Martius de Sustentabilidade em duas categorias!




A entrega do Prêmio von Martius de Sustentabilidade 2014 aconteceu na manhã da última terça-feira (5), durante a cerimônia de abertura da edição do Congresso Ecogerma deste ano, no Club Transatlântico, em São Paulo.
Criado em 2000 pela Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha, a premiação tem a intenção de reconhecer projetos de todo o País que promovam o desenvolvimento socioeconômico e cultural, alinhado ao conceito de sustentabilidade. Além disso, visa reconhecer e reforçar o compromisso da Alemanha e das empresas de capital alemão instaladas no Brasil com o desenvolvimento sustentável.

“As novas gerações que estão à frente das tomadas de decisões têm cada vez mais a obrigação de buscar a relação entre economia e ecologia”, declarou Marcelo Lacerda, coordenador da Comissão de Sustentabilidade da Câmara Brasil-Alemanha, durante o início da cerimônia.

A iniciativa analisou 75 trabalhos e premiou os três melhores colocados das três categorias em foco: Humanidade, Natureza e Tecnologia. Além disso, houve uma menção honrosa na categoria Natureza.

Lista dos premiados

Humanidade

1º lugar: “Mapeando Sinergias pela Sustentabilidade da Pan Amazônia”, do Fundo Vale – Associação Vale para o Desenvolvimento Sustentável

Em 2012 o Fundo Vale realizou uma grande pesquisa sobre o perfil e o potencial de sinergia entre centenas de organizações e pessoas que atuam pelo desenvolvimento sustentável da Pan-Amazônia no Brasil e sete países do bioma. Os resultados estão disponíveis no “Mapa de Sinergias da Pan Amazônia” que permite a qualquer pessoa identificar na internet que está operando aonde, em 45 temas e dimensões ambientais, sociais, econômicas e culturais e qual o foco dos beneficiados entre as organizações para permitir maior eficiência de comunicação.

2º lugar: “Convivência com a realidade semiárida – promovendo o acesso a água, solidariedade e cidadania”, do Centro de Educação Popular e Formação Social – CEPFS

A experiência, que vem sendo desenvolvida em comunidades rurais da região semiárida do médio Sertão da Paraíba há 20 anos, tem como objetivo promover o empoderamento social, a partir do fortalecimento político organizativo das famílias e comunidades, resgatando práticas de solidariedade já vivenciadas pelas famílias, que possam, a partir de inovações sociais, contribuir, efetivamente, para uma melhor e mais sustentável qualidade de vida, a partir das potencialidades locais (natureza) e da gestão participativa de recursos.

3º lugar: “Movimento Gastronomia Responsável”, da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza

A curadoria do projeto convidou chefs para criarem pratos seguindo os quatro princípios de conservação da biodiversidade que norteiam o movimento: utilização de alimentos orgânicos, aproveitamento integral dos ingredientes, não utilização de espécies da fauna e flora e uso de ingredientes de fornecedores locais. O Gastronomia Responsável conta com 50 restaurantes participantes em oito estados. Cada um deles oferece pelo menos um prato que segue as especificações do movimento. As pessoas também são convidadas a participar da iniciativa, criando suas próprias receitas responsáveis e compartilhando-as no site http://www.gastronomiaresponsavel.com.br/.

Natureza

1º lugar: “Projeto Manejar para Conservar”, da Fundação Amazonas Sustentável – FAZ

O projeto apoia a geração de trabalho e renda por meio do manejo sustentável de madeira na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Negro (AM), tornando legal e sustentável a atividade, antes ilegal e predatória, formando capacidades locais e dando poder para que acompanhem as etapas do licenciamento, produção e comercialização da madeira.

2º lugar: “Uma Parceria Pelo Futuro – Cooperação Técnica VC – SBE – RBMA”, Da Votorantim Cimentos – VC.

Os objetivos da Cooperação Técnica VC (Votorantim Cimentos) – SBE (Sociedade Brasileira de Espeleologia) – RBMA (Reserva da Biosfera e da Mata Atlântica) são desenvolver, implementar e difundir boas práticas socioambientais de mineração em áreas cársticas e no entorno das Unidades de Conservação, bem como em áreas de Mata Atlântica que contribuam para a proteção da biodiversidade e a proteção do patrimônio espeleológico.

3º lugar: “Conservador das Águas”, da Prefeitura Municipal de Extrema – MG.

O projeto foi concebido em 2005 por meio da lei n? 2100, com o objetivo de manter a qualidade dos mananciais de Extrema e promover a adequação ambiental das propriedades rurais, priorizando ações preventivas do que corretivas. Um dos principais objetivos do Conservador de Águas, que é voluntário, é garantir a sustentabilidade socioeconômica e ambiental dos manejos e práticas implantadas, por meio de incentivos financeiros (PSA).

Menção Honrosa: “Gestão Participativa e Sustentável de Resíduos Sólidos”, de Jutta Gutberlet.

Durante seis anos, a ação desenvolveu múltiplas atividades, fortalecendo a coleta seletiva diária com 32 cooperativas de catadores na região metropolitana de São Paulo. O projeto também ajudou na construção de políticas públicas de resíduos sólidos com a inclusão socioeconômica dos catadores, melhorando as condições de trabalho.

Tecnologia

1º lugar: “Valore”, da Bayer CropScience.

Implementado em 2009, o programa leva aos produtores rurais toda a orientação de que precisam para tornar suas culturas mais sustentáveis e, com isso, obter certificações internacionais. Além de melhorar a qualidade dos produtos e evitar desperdícios de recursos nos processos, o Valore reúne dezenas de ações em favor da segurança dos trabalhadores, da preservação do meio ambiente e do respeito à legislação.

2º lugar: “ENIAC – Resíduos Eletrônicos”, do Instituto Brasileiro de Turismólogos.

Projeto de Responsabilidade Socioambiental que recebe doações de resíduos eletrônicos e bonifica seus doadores. Todo material coletado ganha destinação adequada, reaproveitamento ou é doado para entidades públicas.

3º lugar: “Cisternas com sistemas de boia para lavagem do telhado e bomba D'água trampolim no processo de captação e manejo de água de chuva para o consumo humano”, do Centro de Educação Popular e Formação Social – CEPFS.

A iniciativa tem estimulado uma inovação social importante para melhorar a portabilidade da água captada da chuva para o consumo humano. Há na zona rural do nordeste, muitos insetos e pequenos lagartos (lagartixas) e até ratos nos telhados que, freqüentemente, fazem suas necessidades fisiológicas e contaminam o espaço. A experiência consiste em dois reservatórios, uma cisterna para captação de água para o consumo humano, reservatório com capacidade de armazenamento de 16 mil litros de água captada do telhado por meio de calhas, e outro pequeno dimensionado, a partir da necessidade da água para a lavagem do telhado. 

Para os integrantes do CEPFS é mais uma conquista fruto das ações apoiadas por vários parceiros: Trocaire, BrazilFoundation, Ashoka, Fundo Finlandês de Cooperação Local da Embaixada da Finlândia, IAF, BNB, Instituto Oi Futuro, MDS e Petrobras, através da ASA Brasil, IABS , MIVA, Chiaroscuro Foundation e, mais recente, a Petrobras através de patrocínio por meio do Programa Socioambiental. Essas conquistas evidenciam que a luta dos agricultores e agricultoras em busca da convivência com a realidade semiárida está indo no horizonte correto. Esse resultado é também fruto da ação incansável de toda a equipe da entidade, mas, principalmente, do engajamento de milhares de famílias nas atividades de formação e desenvolvimento e implantação de tecnologias sociais de convivência com a realidade semiárida.

É mais um reconhecimento atribuído ao trabalho desenvolvido pelo CEPFS, através de uma certificação mensurada por júri com alto conhecimento na temática sustentabilidade.

O Centro de Educação Popular e Formação Social CEPFS teve a honra de ser representado, na cerimônia de premiação, por Deise Hajpek, Venture e Fellowship da Ashoka Brasil.