Comunicadora Popular/CEPFS
Em 26 e 27 de Fevereiro, agricultores e agricultoras de Imaculada (PB), que
conquistaram implementações do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2),
participaram de visita de intercâmbio a propriedade da família do agricultor
Iranildo, na comunidade Penedo, município de São José do Sabugi, na Paraíba.
Eles visitaram experiência de plantio de árvores
nativas em consórcio com culturas agrícolas em torno da Barragem Subterrânea,
sistema denominado Agroflorestamento. No local, foram adotadas ainda várias técnicas
como a cerca viva, utilizando a palma e o pião. “Optamos por essa outra
modalidade de palma, que é mais resistente a estiagem. O pião serve ainda de
sustento, pois a palma cresce no seu entorno”, explica Iranildo.
A família plantou uma grande quantidade
de pés de acerola, que são irrigadas através de gotejamento. Na
boca dos canos, foram colocadas tampas de garrafas pets que regulam a saída da
água de acordo com a necessidade das plantas. As frutas garantem uma produção
durante todo o ano e geram renda através do acesso ao Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).
Seu Inácio, Dona Fátima, pais de Iranildo, apostaram junto com ele na
comercialização de polpas de frutas que são produzidas em casa, em máquinas de
beneficiamento adquiridas pela família.
Os agricultores e agricultoras conheceram
ainda, a produção de mudas nativas, como o Trapiá e a Gliricídia, e frutíferas
como a Acerola e o Maracujá, que são comercializadas e também trocadas com
famílias que visitam a propriedade. As experiências da família são um exemplo
de alternativa de convivência para as demais propriedades. Ao longo do entorno
de casa, podem ser encontrados pés de Calaçu, Sabonete, Canafista e Carnaúba.
Uma das experiências que mais encantaram
os visitantes foi a técnica de reaproveitamento de águas servidas. Foram
enterrados pneus que servem de valas e impedem que a água se espalhe pela
propriedade, fazendo uma impermeabilização. Ela é redirecionada para as
fruteiras.
A criação animal também é mantida de
forma sustentável e diversificada. São criados bovinos, aves e ovinos. O
esterco animal é reaproveitado para adubar as árvores, que por sua vez, tem a
folhagem utilizada na compostagem do solo e na produção de silagem para
alimentar os animais. “Muitos agricultores não dão a importância
devida ao esterco animal de suas propriedades, acabam vendendo para o comércio
e perdem uma grande riqueza de adubo para suas hortas e outras plantações”, comentou
Iranildo.
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