Estudantes do curso
técnico em Agroecologia, promovido pelo Serviço de Tecnologia Alternativa –
SERTA, estagiam durante uma semana a cada mês, na área experimental do Centro
de Educação Popular e Formação Social – CEPFS, localizada no sítio Riacho das
Moças, município de Maturéia.
Na área, os
estudantes já fizeram o roço do mato, podaram as plantas e recuperaram as
curvas de nível. Nos próximos estágios,
eles farão o plantio de mudas medicinais, constituindo uma farmácia viva, além
da construção de escada para acesso ao lajedo de captação de água usando pneus.
A área experimental
tornou-se um espaço inspirador para alunos, professores, técnicos de ONGs,
lideranças comunitárias, agricultores e agricultoras que buscam referenciais
para o desenvolvimento de tecnologias sociais de convivência com o Semiárido.
No local são realizadas visitas de intercâmbio e atividades de formação.
Os estagiários relataram
suas impressões sobre o local: “Aqui colocamos em prática aquilo que
aprendemos na escola técnica. O que mais me chama a atenção na área
experimental, são as formas de captação e uso da água, acho impressionante! A
segurança hídrica é uma das principais iniciativas que deve existir numa
propriedade, aqui temos um bom referencial para isto”, relatou José
Júnior.
Vaniery Ferreira, enfatizou
sobre a construção de um novo olhar sobre a vegetação da caatinga: “Antigamente
eu olhava a mata e não conseguia enxergar a riqueza que existia ali. Hoje é
diferente, vejo vários tipos de plantas, pássaros, uma diversidade de elementos
que compõe a natureza”.
Alexandro Catanduba,
destacou: “A propriedade é modelo de preservação ambiental, e o resultado disso é
a presença de várias espécies de plantas e pássaros.
Para Maria Ronieuda,
o verde das plantas em plena estiagem, mostra o potencial da região “Aqui
tudo está verde em plena estiagem, nossas propriedades também podem ficar
assim, a partir da implantação de tecnologias de captação de água como existe
aqui. Nossos colegas de sala estão maravilhados com este local, vêem as fotos
que a gente publica no facebook e comentam sobre a beleza do lugar.”
José Junior,
concluiu: “A grande mídia não divulga este sertão verde que estamos vendo aqui,
pois prefere mostrar o outro lado, de seca e miséria”.
Maria Lúcia relatou
sobre as práticas equivocadas que desenvolvia em sua propriedade e sobre os motivos
que levaram ao seu ingresso no curso em Agroecologia.“Antigamente, eu
fazia carvão, acabei com a mata que existia na minha terra. Também trabalhei
muito em plantio, passava o dia com dor de cabeça e mal estar, por conta do
veneno. Às vezes eu chegava em casa e dizia: eu não vou mais trabalhar com
veneno! Mas a necessidade obrigava. Só parei porque a estiagem acabou com os
plantios. Me conscientizei sobre a importância da Agroecologia através da
participação em reuniões e encontros de formação, isso também me motivou a
fazer o curso em Agroecologia ”.
O estágio está sendo
acompanhado por técnicos do CEPFS, que executam as atividades do projeto
Agroecologia Gerando Renda e Promovendo Cidadania na Serra de Teixeira,
patrocinado pela Petrobras, através do Programa Petrobrás Socioambiental.
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