“Entre chuvas e estiagens, é assim a dinâmica da vida no
semiárido” foi com este tema que agricultores, agricultoras e representantes de
organizações sociais do Médio Sertão da Paraíba comemoraram o 1º de maio, dia
do trabalho.
O evento aconteceu na cidade de Desterro como é de costume, só
que desta vez a tradicional caminhada pelas ruas da cidade foi substituída por
um debate sobre a convivência com o semiárido, a partir das questões: Quais os
impactos da atual estiagem? O que está sendo feito para diminuir os efeitos da
estiagem? E o que ainda precisa ser feito?
Durante o debate, na explanação da maioria das falas, foi
confirmado que apesar de ser uma das maiores secas já vistas, os agricultores e
agricultoras não sofreram como em tempos passados, graças as medidas
implementadas pelas famílias e comunidades, com o apoio das organizações da Articulação
do Semiárido (ASA), a exemplo das cisternas de placas que garantem água para o
consumo humano.
Os participantes afirmaram que a estiagem afetou
principalmente a criação animal, devido a maioria dos agricultores não dispor
de reserva estratégica de água e alimentos para dar aos animais neste período. Também
foi exposto que algumas comunidades voltaram a se organizar em mutirões para escavação
de cacimbas, resgatando um importante gesto de solidariedade entre as famílias.
A realização do evento do dia do trabalho foi considerado um
momento preparatório da região do médio sertão para o encontro estadual da Articulação
do Semiárido Paraibano (ASA Paraíba), que acontecerá de 22 a 23 de maio, em
Lagoa Seca.