O
Centro de Educação Popular e Formação Social – CEPFS reuniu fundadores,
lideranças comunitárias, entidades parceiras, agricultores e agricultoras,
autoridades políticas e a sua equipe técnica para celebrar seus 28 anos de
existência.
A comemoração aconteceu em 15 de dezembro de 2013,
na área experimental do CEPFS, localizada na comunidade Riacho das Moças,
município de Maturéia. Foi dividida em
dois momentos: celebração da palavra e almoço de confraternização.
Unindo fé e vida, a celebração foi um momento de
agradecer e comemorar as conquistas. Na oportunidade foi feita uma
contextualização sobre a caminhada do CEPFS, destacando as principais
conquistas alcançadas nestes 28 anos. A oportunidade também foi propícia para reconhecer
e homenagear as pessoas que
contribuíram e outras que ainda contribuem com a construção da proposta de
Convivência com a Realidade Semiárida, motivada pelo CEPFS.
Foram
homenageados (as), fundadores, conselheiros e diretores da entidade, equipe
técnica, lideranças comunitárias e entidades parceiras. A maioria dos homenageados recebeu uma
lembrança que simboliza uma cisterna modelo cuscuz, outros receberam diplomas
de honra ao mérito. A equipe técnica prestou uma homenagem surpresa a José Dias
Campos, coordenador executivo do CEPFS.
Pessoas
falecidas que em vida contribuíram com a caminhada do CEPFS, também foram
homenageadas, parentes receberam a lembrança ao mesmo tempo em que uma vela foi
acesa. O momento foi de muita emoção.
Parceiros
importantes como Trocaire, Oxfam, Brucke Der Bruderhilfe, Ashoka, Fundo
Finlandês para Cooperação Local da Embaixada da Finlândia, BrazilFoudation,
Inter-American Foundation, Aritculação do Semiárido da Paraíba, Articulação do
Semiárido Brasileiro, Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome - MDS,
Petrobrás, Instituto Oi Futuro, Banco do Nordeste do Brasil, Folha de São
Paulo, PonteAponte, MIVA Suíça, MIVA Holanda, site www.juntos.com.vc e Fundação Humanitare que apoiam a entidade também foram lembrados.
Com muito dinamismo, a celebração foi conduzida
pelo padre Espedito Caetano, que no início dos trabalhos do CEPFS, época em que
era vigário da paróquia de Santa Maria Madalena – Teixeira deu grandes
contribuições para mobilização das comunidades e no processo de execução das
atividades desenvolvidas pelo CEPFS. Após a celebração a festa continuou e os
presentes participaram de comes e bebes e muito forró, que durou até o pôr do
sol.
Entrevista
José
Dias Campo
Coordenador
Executivo do CEPFS
Dedo de Prosa – José Dias, você compartilha conosco a alegria de comemorar 28 anos de existência do Centro de Educação Popular e Formação Social – CEPFS?
A alegria é imensa! São 28
anos de caminhada com muitos desafios, mas, também com muitas conquistas,
principalmente, pelo despertar das famílias que habitam o semiárido para vivenciarem
o seu protagonismo, através de novas formas de comportamento, entre si, e para
com o meio ambiente onde vivem.
Dedo
de Prosa – São 28 anos de trabalho em comunidades rurais do sertão paraibano,
desenvolvendo ações que buscam uma melhor convivência de homens e mulheres do
campo com a região semiárida. Quais os avanços percebidos?
O principal avanço
registrado é o despertar das famílias como sujeitas do processo de
transformação da realidade local. Lembro
que quando iniciamos o trabalho, as irmãs religiosas dentre elas, irmã Gorete, irmã Maria
José e Irmã Glória com quem fazíamos parceria, sempre no inicio das atividades
cantava um cântico religioso cujo refrão dizia: "só tenho a enxada e o título de
eleitor para votar em seu fulano educado, que nada faz pelo pobre agricultor
que não tem terra para fazer o seu roçado". Depois desses vários anos de
caminhada é possível afirmar que a página que inspirou esse cântico já foi
virada para milhares de famílias! Muitas famílias e lideranças comunitárias
perceberam que a ação do CEPFS vai muito além de promover o acesso à água. A
cidadania e a solidariedade são elementos fortes trabalhados ao logo desses 28
anos e, portanto foram resgatadas várias outras formas de se viver em
comunidade, com dignidade! Tudo isso foi possível porque as ações desenvolvidas
pelo CEPFS têm como principal meta cuidar das famílias rurais! Cuidar esse que
não significar proteger, mas, promover as pessoas para encontrar
saídas para os obstáculos, frutos das mudanças climáticas, com o propósito de
melhorar suas condições de vida e incidir na mudança da qualidade de vida de
outras pessoas por meio do compartilhar de suas experiências.
Dedo
de Prosa – As organizações sociais não dispõem de recursos próprios para se
manter. O que o CEPFS tem feito para conseguir apoios financeiros?
Realmente, um grande
desafio é de, não tendo orçamento próprio, manter-se. A dinâmica que temos
empreendido, enquanto equipe, é a de estar sempre ocupando espaços de
mobilização e captação de recursos, seja através de editais ou por meio da
sensibilização de novos parceiros, através da divulgação do que vem sendo
desenvolvido. Portanto, a busca por novos parceiros tem-se constituído uma ação
permanente. Na medida em que estamos desenvolvendo um projeto, simultaneamente
já estamos mobilizando esforços de articulação para manter as parcerias e/ou
conquistar novos, como forma de manter viva a ação da entidade.
Dedo
de Prosa – O CEPFS já conquistou vários prêmios de reconhecimento pelo trabalho
que desenvolve. O que isso tem significado para a instituição?
Fortalecimento! Significa
o reconhecimento de que não só a instituição vem trilhando por caminhos
importantes para o desenvolvimento local, com princípios de sustentabilidade,
mas, também gera confiança nas famílias participantes em relação a organização
que vem lhes promovendo para encontrar saídas para os obstáculos e incidir e
mudanças na qualidade de vida de outras
pessoas na região no pais e no mundo. Também permite a confiança das famílias
em si mesma, o fortalecimento do protagonismo, da quebra de paradigma, onde o
desenvolvimento passa a ser visto como fruto de um conjunto de intervenções,
individuais e coletivas, onde a co-responsabilidade é considerada como elemento
de grande relevância.
Dedo
de Prosa – Quais desafios que a entidade ainda enfrenta na luta pela
convivência com o semiárido?
O desafio principal está
relaciona a mobilização e captação de recursos para a continuidade das ações,
para manter viva a ação da entidade, haja vista não dispor de orçamento
próprio! Por isso, estamos sempre abertos a novas parcerias, seja com o setor
público ou privado. Essa busca constante
por novos parceiros em decorrência da insegurança em relação ao amanhã
fragiliza a capacidade de inovação dos processos e também das tecnologias
sociais em que vem desenvolvendo. Inovação pressupõe tempo para diálogo e
interação com os participantes de modo que o novo possa surgir do diálogo das
percepções.
Confira as fotos: https://www.facebook.com/cepfs/media_set?set=a.693116664055837.1073741850.100000725291294&type=3
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