Através da luta do povo do nordeste já é possível registrar várias mudanças positivas na realidade social. O povo nordestino sempre foi guerreiro, porém, por muito tempo foi induzido a pensar que era incapaz e, portanto, necessitava de um estado provedor; “fazer para” ao invés de “fazer com a efetiva participação”. Mas, esse povo foi despertado por processos de mobilização social impulsionados por organizações da sociedade civil organizada, entidades de apoios, Igrejas, etc. Esses processos permitiram que as agricultoras e agricultores da agricultura familiar se descobrissem enquanto ser social capaz de mudar sua realidade social e, também, incidir em mudanças na realidade de outras regiões através de visitas de intercâmbio aonde vem compartilhando saberes e informações consideradas de fundamental importância para a vivência do protagonismo rumo ao desenvolvimento local, com princípio de sustentabilidade. É ago que merece aplauso e deve servir de referência para as políticas públicas governamentais. Mas, ainda, há muito prá se fazer para que os nordestinos tenham segurança hídrica e possam viver dignamente, mesmo, em períodos de estiagens prolongadas. Ainda se registra situações de tristeza envolvendo crianças e idosos que precisam se submeter a duras tarefas de ir buscar água a distâncias de até 12 quilômetros, na cabeça ou no lombo de animais, sobretudo, nos períodos de estiagens prolongadas, a exemplo das fotos acima na comunidade Serra Feia no município de Cacimbas, Paraíba. La, segundo a liderança comunitária, o Sr. Geraldo Alves Teixeira, presidente da associação comunitária de Serra Feia uma das grandes dificuldades, ainda, continua sendo o acesso a água, sobretudo, nos períodos de estiagens prolongadas. Segundo ele “tendo água se tem vida”. “A água permite limpeza corporal, produção, etc”. Segundo o Agende Comunitário de Saúde, o Sr. Mariano, as famílias às vezes até que gostariam de fazer a higienização interna de suas cisternas, mas, ficam com medo de retirar o restante de água que ainda tem e, não chovendo lhes faltar. Perguntado se as famílias tivessem mais de uma cisterna facilitaria o processo de manejo/limpeza interna, o Sr. Marino afirmou que sim e que seria uma iniciativa muito importante para que as famílias, através de um sistema de abastecimento difuso pudessem ter mais água para contribuir com a higienização, em suas residências. A partir desses elementos consta-se que é necessário, portanto, que se tenha políticas de fortalecimento das várias iniciativas que já vem sendo desenvolvidas pelas organizações da sociedade civil, apoiadas por agencias de cooperação internacional e pelo próprio governo federal como é o caso do P1MC e P1+2, apoiado pelo MDS. Ainda há muita sede e fome, não só de água e pão, mas, sobretudo, de informação, de promoção do encontro dos saberes locais de modo a permitir que as agricultoras e agricultores possam descobrir os potenciais que existem em suas propriedades e, de forma racional, explorá-los, no horizonte de atingirem a segurança hídrica de suas propriedades e o uso sustentável dos recursos naturais. Consequentemente haverá avanços em relação à qualidade de vida para a atual e futuras gerações. Para tanto é necessário investimentos financeiros, não só para os objetivos fins, mas, igualmente para os objetivos meios (processos de formação) de tal modo que as experiências possam desenvolver-se e terem sustentabilidade.
segunda-feira, 19 de março de 2012
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